Convento dos Capuchos Cronologia
1558 – fundação e construção do convento com invocação a Nossa Senhora da Piedade, integrado na Ordem dos Franciscanos Arrábidos, ordenada por D. Lourenço Pires de Távora (1510-1573), da família nobre dos Távora, 4º senhor da Casa e Morgado da Caparica, nascido em Almada, homem de armas e diplomata ao serviço de Portugal, que passa a ser seu padroeiro; a construção é de linhas simples, com as celas nos sobrados e as restantes dependências na parte inferior, nas traseiras da igreja; construção de uma ermida, na cerca do convento, de invocação ao Apóstolo São Pedro, para as orações particulares dos religiosos; a comunidade religiosa é protegida pelos padroeiros do convento, donos das quintas da região e pelo próprio rei D. Sebastião que concede aos freires o privilégio de se abastecerem de lenha dos seus pinhais de Caparica; 1560 – o papa Pio IV concede ao altar-mor as mesmas indulgências de que usufruíam as igrejas de São Gregório de Roma e de São Sebastião de extra-muros da mesma cidade; 1573 – falecimento do instituidor do convento que, cinco semanas antes da sua morte, se tinha recolhido nele; 1618 – renovação dos dormitórios; 1630 – obras de ampliação e beneficiação com re-edificação do imóvel, provavelmente incluindo a fachada principal, com acrescento do coro-alto e do nártex com uma serliana e que, para além do símbolo dos Franciscanos e das armas dos Távoras, passa a ter duas janelas laterais e, ao centro, um nicho; revestimento do nártex com azulejos e feitura do púlpito da igreja, da responsabilidade do Provincial Frei Lourenço da Madre Deus (Arcos, 1972); 1755, 01 novembro – terramoto causa grave destruição do convento, à exceção da frontaria; séc. 18 – é padroeiro do convento José Menezes Távora; 1778 – data inscrita no painel de azulejos do portal de acesso ao jardim sobrelevado da cerca; 1779 – os frades passam a assegurar uma “escola de ler, escrever e contar” onde afluem jovens das aldeias vizinhas; 1834 – extinção das Ordens religiosas e sequente declínio do convento e desaparecimento dos azulejos do nártex; residem, então, no convento, apenas 9 frades, passando a tutela para a responsabilidade do Juiz do Povo da Freguesia; supressão do convento devido ao baixo número de frades residentes e a ter sido considerado inútil; 1872 – nacionalização dos bens do convento; sécs. 19 – 20 – sofre longas vicissitudes que levam à ruína da ermida de São Pedro juntamente com o convento, ficando apenas alguns vestígios, que possibilitam o posterior levantamento das paredes deste, no mesmo local; é ocupado, ao longo dos anos, por pastores e agricultores da região com pastagens nas imediações, tendo passado por várias transmissões; 1925 – desaparecimento dos azulejos da igreja; 1950 – compra de toda a parte rústica e urbana da propriedade do antigo convento dos Capuchos, pela Câmara Municipal de Almada ao então proprietário Virgílio Alves Xavier; 1952 – data das imagens do interior da igreja e da talha dourada do altar, oferecidos pelo Dr. João Couto, então Diretor do Museu Nacional de Arte Antiga; 18 outubro – regresso das ossadas do instituidor e padroeiro do convento e seu sepultamento à entrada da capela-mor; 1960 – 1970, décadas – construções nos jardins, época de imagens de santos e outras obras expostas, resultado de ofertas provenientes de monumentos demolidos de Almada e Lisboa, tendo algumas obras sido realizadas por mestre de obras e pedreiros; 1982 – data inscrita sobre um dos arcos do miradouro recente, possivelmente assinalando a sua construção; 1984 – elaboração de um convénio entre o Museu Municipal de Almada e o Centro de Arqueologia de Almada; início da fase de estruturação e instalação no convento do Museu Municipal de Almada; 2000, 13 maio – assinatura do auto de consignação que marca o início das obras de restauro, consolidação e ampliação do convento; 2000 – início da requalificação do convento pela Câmara Municipal de Almada.